RESENHA
VERISSIMO, Luis Fernando. Conto de verão nº2: Bandeira Branca. Editora Objetiva.
Luis Fernando Verissimo
nasceu em 26 de setembro de 1936 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Iniciou
seus estudos no Instituto de Porto Alegre, e morou dois anos nos Estados Unidos
em virtude de seu pai, também escritos Érico Verissimo, ter ido lecionar em uma
universidade da Califórnia. Ao retornar ao Brasil, começou a trabalhar na
editora Globo de Porto Alegre. Em 1962 transferiu-se para o Rio de Janeiro onde
exerceu as atividades de tradutor e redator de publicações comerciais. De volta
a Porto Alegre em 1967, Luis Fernando começou a trabalhar como copydesk do jornal Zero Hora e como
redator de publicidade. Em pouco tempo, já mantinha uma coluna diária, que o
consagrou por seu estilo humorístico e uma série de cartuns e histórias em
quadrinhos. O primeiro livro “O popular” de crônicas e cartuns foram publicados
em 1973. Criou personagens, As Cobras, cujas tiras de quadrinho são publicadas
em diversos jornais. Algumas de suas crônicas foram publicadas nos Estados
Unidos e na França em coletâneas de autores brasileiros. Muitas são suas obras
destacamos: “A Grande Mulher Nua” (1975); “Amor Brasileiro” (1977); “Sexo na
Cabeça”(1980); “O Jardim do Diabo” (1987), entre outras. Luis Fernando é
escritor, jornalista, humorista e cronista, além de ser o escritor que vende
mais livros no Brasil. Atualmente, o autor escreve para os jornais Zero Hora, O
Estado de São Paulo e O Globo.
Conto de verão nº2: Bandeira
branca é um conto que fala sobre duas crianças, um menino chamado Píndaro e uma
menina chamada Janice. Aos quatro anos se conheceram no primeiro baile de
carnaval que já tinham ido. Ele estava com uma fantasia de tirolês, e ela de
odalisca. Totalmente diferentes, mas se deram bem, afinal, tinham apenas quatro
anos, e no mundo dos quatro anos todos se entendem. Enquanto todos dançavam e
pulavam, os dois ficaram sentados no chão fazendo montinhos de confete,
resistindo aos pedidos das mães para que fossem brincar. Encontraram-se no
carnaval do ano seguinte, ele com a mesma fantasia do ano anterior e ela de
egípcia. Dessa vez, foram obrigados a dançar e pular, mas passaram o tempo todo
de mãos dadas. Só no terceiro carnaval resolveram se falar, ele de legionário
romano e ela de índia americana. Ela se chocou com o nome diferente dele. Foi
no sétimo carnaval que descobriram porque se viam apenas uma vez no ano, ela morava
no interior e vinha visitar a tia nessa época, a tia que era sócia do clube
onde acontecia a festa. No mesmo ano, ele preferiu ficar com sua turma,
enquanto ela discutia na mesa com a mãe. Mas no fim da festa, ela o puxou para
o meio do salão de festas e eles dançaram ao som de Bandeira Branca. No baile
em que fizeram treze anos, as fantasias dos dois combinaram. Toureiro e
bailarina espanhola. Beijaram-se bastante, até na boca. Na hora da despedida
ele pediu algo para se lembrar dela, então ela deu para ele seu leque e iria
dizer para mãe que o havia perdido. No ano seguinte, ela não apareceu. Nem no
seguinte, no qual ele ficou bastante bêbado por sentir falta dela. Mas no ano
seguinte, ele foi ao baile dos adultos no clube, e ela também. Contou que
faltou o ano anterior devido a morte de sua avó. Dessa vez, ela estava com uma
fantasia indefinida e ele de um simples brasileiro. Após ser apresentado aos
amigos de Janice e todos caírem na gargalhada devido ao seu nome, Píndaro
passou a festa toda isolado, apenas a observando. Mas quando o baile chegou ao
fim, e ele já estava indo embora, ela o puxou para o meio do salão e eles
dançam. Encontraram-se quinze anos depois, no carnaval, mas dessa vez em um
aeroporto. Ela desembarcando a caminho do interior e ele embarcando para ver os
filhos no Rio. Eles quase não se reconheceram, estavam muito diferentes. A
última coisa que ele lhe dissera fora: “preciso te dizer uma coisa”. E ela
disse “no carnaval que vem”, mas ela não apareceu. Explicou que seu pai tinha
sido transferido para outro estado. Ela o perguntou o que ele queria dizer, mas
ele mentiu, disse que não se lembrava. Os dois haviam tomados rumos diferentes,
e durante a conversa ele pensava se deveria ou não falar que aquele foi o
momento mais feliz da sua vida, Bandeira Branca, a cabeça dela no ombro dele, o
leque... Enquanto ela tentava lembrar o nome dele.
A história é bem bonita, é
aquele clássico de amor não correspondido. Muito bom de ler, mas se você gosta
de finais felizes, não irá gostar muito do desfecho, apesar de ter um ótimo
desenvolvimento. Muito bem comentado entre os leitores. Luis Fernando conseguiu
contar uma história de amor entre crianças de uma forma simples e brilhante.
Muitos não gostaram do final, mas acredito que o autor quis que fosse algo mais
parecido com a realidade, afinal, era meio “surreal” eles
terem qualquer envolvimento devido a distância e a falta de interesse dela. Mas
acho que houve uma ótima conclusão, além de ser uma história bem detalhada, começo
ao desde o fim.
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