Resenha do Conto “I Love My Husband” de Nélida Piñon


  Nélida Piñon nasceu no dia 3 de maio, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.
São seus pais Olivia Carmen Cuiñas Piñon, brasileira filha de galegos, e Lino Piñon Muiños, comerciante, natural de Borela. Formou-se em jornalismo e foi editora e membro do conselho de diversas entidades alturais em sua cidade. Ela também é acadêmica da Academia de ciências de Lisboa. Em 1965 recebe a bolsa de estudos Leader Grant, concedida pelo governo americano. Por três meses viaja pelos EUA, quando realiza conferências sobre literatura brasileira.Em 1984 ela teve seu maior sucesso com a “Republica dos Sonhos”, que foi incentivada a criar um conto chamado “I Love My Husband” após a publicação do livro. Em 1965 recebe a bolsa de estudos Leader Grant, concedida pelo governo americano. Por três meses viaja pelos EUA, quando realiza conferências sobre literatura brasileira.
  O conto “I Love My Husband” da autora Nélida Piñon trata-se de uma mulher casada com seu marido e ela conta como é sua vida com ele, a mulher diz que as palavras das pessoas que você ama são importantes e devemos respeitar. É nítido o desencanto com que ela observa sua posição de submissa dentro da família e passiva dentro da sociedade. Sua vida limita-se a ser a sombra do marido, que mesmo de forma inconsciente, a trata com machismo característico da nossa sociedade. Diante dessa crise de construção de significados e valores de si mesma, a mulher continua a não posicionar-se perante o homem com quem divide sua vida, divaga apenas no interior dos seus pensamentos e sonhos, expondo uma imagem de uma dona de casa exemplar, e alem de silenciar-se quanto a opressão psicológica, tenta afagar o esposo com uma torta de chocolate, inibindo assim, um enfrentamento com o “sexo forte”. Ela revela sua identidade  como omissa, estagnada quanto aos fatos e dependente da figura masculina, o temor de uma vida diferenciada que possui: a de ser uma simples sombra do marido, revelando, uma possível identidade vigente na sociedade. No livro a mulher afirma que “ele é o único a trazer-me a vida, ainda que ás vezes eu a viva com uma semana de atraso. O que não me faz diferença. Levo ate vantagens, porque ele sempre a trouxe traduzida . Não preciso interpretar os fatos, incorrer em erros, apelar para as palavras, inquietantes que terminam por amordaçar a liberdade.”

  Na seqüência da narrativa, o que pode ser notado é que a personagem feminina apresenta tenta esboçar um principio de liberdade, ao questionar que o marido a cerca do futuro, e o que poderia ocorrer caso houvesse uma mudança na forma de viver.
Mas há um movimento de recuo do enfrentamento de novas possibilidades identitarias, visto que  a mulher, por não ter vivido experiências fora da submissão ao marido, não consiga agir frente a possíveis desafios. Ele almeja o crescimento financeiro, social e material, enquanto ela vive para servir seu conjugue, isso dentro de um clima de clara incompreensão do seu companheiro, que não reconhece nela as contradições identitárias, que vão se estabelecendo no cotidiano feminino. A submissão exagerada da mulher é o contraponto as duvidas e que, aos poucos, vão minando essa restrita identidade. A estrutura do conto apresenta-se hermética, circular, dramatizando as convenções e alianças firmadas entre esposa e marido.

 Há, desde o início do conto, uma contradição de valores entre o homem e a mulher. O conto é perpassado por uma visão preconceituosa da mulher como aquele ser que só se constitui a partir do relacionamento com o homem, a mulher só é completada quando é possuída sexualmente pelo companheiro. O conto é importante para sociedade, pois inclui o movimento feminista que buscava a aquisição de direitos de igualdade entre os gêneros, bem como o respeito e a elevação de status social das mulheres. Na minha opinião eu aconselho as pessoas a ler, ate mulheres que sofrem isso em casa, esse livro é ótimo para as mulheres, para que elas tenham idéia do que estão lidando.

- Autoria de Daiane Aline 


Prazer, Daiane Aline, 
Sou aluna do ensino fundamental no 9º ano,
Turma 8, do colégio Sartre Coc, 

Fiz uma resenha " I Love my Husband" da autora Nelida Piñon e é um ótimo conto.

Um comentário:

  1. Sua resenha é impressioante. Minha condição de esposa que tem vida profissional independente não me impediu de observar em mim mesma ALGUNS aspectos dessa submissão que o conto descreve. Seria próprio da condição feminina? Mas em alguns momentos existem inversões de comportamento entre eu e meu marido... Os momentos de submissão é como uma carga pesada da qual cada um tem que assumír como parte do sucesso dessa aventura de viver a dois. É como um jogo cuja vitoria será compartilada pela dupla da qual cada um hora domina e hora se submete em prol de uma vitória compartilhada. É preciso saber jogar antes de partir para o jogo. Mas... como saber? É uma aventura mesmo...! Só vivendo pra saber.

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