RESENHA CRÍTICA: O ARQUIVO, VICTOR MARINO DEL GIUDICE

Victor Marino del Giudice nasceu na cidade de Niterói, que fica no estado do Rio de Janeiro, no dia Quatorze de Fevereiro de 1934. Seu pai se chamava Marino e sua mãe se chamava Mariannalu. Victor foi um menino que magnetizava e impressionava seus colegas da escola com suas histórias e contos muito intrigantes e interessantes. Ele era um grande apreciador de vários ritmos musicais, mas principalmente a ópera.Victor gostava muito de rascunhar cenas de filmes imaginários e começou a gostar de desenhos e fotografias muito cedo. O conto denominado O Arquivo, foi escrito por Victor Giudice em 1972 e interpretado por Antonio Abiyama, alguns anos mais tarde.

O conto O Arquivo, tem o foco narrativo em terceira pessoa. Se passa em torno de um personagem principal, chamado João, que conseguiu seu primeiro trabalho quando tinha apenas dezessete anos de idade. Depois de algum tempo no emprego, mesmo sem ter chego atrasado ou ter faltado um dia sequer no trabalho, o rapaz obteve uma redução de quinze por cento em seu salário mensal. Por conseguinte, no outro dia, João se mudou para um apartamento mais distante do centro, nos subúrbios e, passou a tomar duas conduções para ir ao trabalho, diferentemente de antes que, ele pegava apenas uma condução. Por esse motivo, João era obrigado a acordar mais cedo para não chegar atrasado. Com o passar do tempo, João teve um segundo corte salarial, mas dessa vez com sorriso. Com isso, ele se mudou novamente para uma moradia pior e ainda  mais distante do centro da cidade e, passando a pegar três conduções para chegar ao trabalho. Como tinha que pegar três conduções, tinha que acordar mais cedo e comer menos, para não chegar atrasado no trabalho. Mais tarde, João foi rebaixado de posto e teve menos cinco dias de férias remuneradas no mês. Se sentindo deslumbrado pelo acontecido, se mudou novamente para uma casa mais distante do centro e comia menos ainda. João chegava em casa do trabalho às onze horas da noite e, acordava às três horas da manhã. Quando chegou aos sessenta anos, o coordenado era de dois por cento. João já era acostumado com a fome, pois acordava muito cedo e não dava tempo de tomar café da manhã. Ele não tinha mais uma moradia, ou seja, agora tinha que morar na rua e, também, praticamente não possuía roupas para vestir, apenas a que tinha no corpo. Ao completar quarenta anos de serviço, seu salário acabou sendo eliminado e seu emprego seria de limpador de sanitários, que é um emprego muito ruim. Depois de certo tempo, João, que trabalhou durante tantos anos no emprego, foi rebaixado de cargo tantas vezes e nunca reclamou de nada,   acabou se transformando  em um arquivo de metal.

O conto narra a história de um trabalhador e para isso utiliza uma lógica invertida: o patrão vê com naturalidade a desvalorização do trabalho de seu funcionário. O que se destaca no conto é o fato de que João nunca ter reclamado dos seus cortes salariais. O autor do conto tem o propósito de mostrar a alienação do trabalhador e exploração que ele vinha sofrendo no seu primeiro emprego. Em todas essas imposições João não contra-argumentava, apenas aceitava tudo passivamente e com sorrisos. A presença da ironia no conto é essencial para a construção do sentido.

- Autoria de Guilherme José Lopes Gomes

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