Osman Lins nasceu em Vitória do Santo Antão, filho de um alfaiate e de uma dona de casa que morreu logo após seu nascimento. Aos 16 anos mudou-se para Recife, onde ingressou no curso de finanças e posteriormente dramaturgia. Ganhou em 1950 um concurso literário com o conto 'O eco', em 1970 tornou-se professor universitário. Lins colaborou com diversos órgãos da imprensa e roteiros para televisão, recebeu diversos prémios entre eles o Monteiro Lobato e Coelho Neto. Seu ultimo romance foi 'A rainha dos Cárceres da Grécia'. O conto "A partida' fala sobre a história de um homem que mora com sua avó e sua partida. É passado na narrativa de um dia contínuo, existe toda uma idealização sobre esta partida, e o conto é escrito pela mentalidade do homem, que realiza várias reclamações sobre sua avó, que derivam desde a angustia pelos horários rigorosos até os carinhos dados pela avó. É percetível que todas essas críticas derivam da necessidade de expressar e provar sua maturidade para sua avó e para si mesmo, apesar da tristeza final ao sair. Osman Lins nesse texto coloca bem viva a ideia de provar a maturidade contra a saudade de sua avó, trás ainda ideias como a dependência financeira que ele tem da avó, e provavelmente acredita que ao se mudar irá parar esta necessidade, entrando na ideia de "cidade VS interior' e êxodo rural. Osman Lins também deixa de uma forma indutiva a necessidade de continuar com sua avó, a saudade contra a idealização do que queria, uma raiva contra os cuidados dados, o nojo do carinho. Após a leitura desse texto é bom parar um tempo para pensar e 'digerir' as ideias dadas nele. É um texto que merece ser lido por pessoas que desejam ter uma certa ideia sobre 'maturidade X saudade', ainda mais por ser curto e fácil de ler.
- Autoria de Leonardo Sôñora
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